Autenticidade: como o artista protege a própria obra
- Marisa Melo

- 18 de out. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 16 de set.

No universo das artes visuais, poucas questões são tão decisivas quanto a autenticidade. Não se trata apenas de um detalhe burocrático, mas do que sustenta a confiança no trabalho do artista, preserva sua reputação e garante a valorização de sua produção ao longo do tempo. A falsificação, infelizmente, acompanha a história da arte, reinventando-se com novos recursos e tecnologias. Por isso, a responsabilidade de proteger a própria obra é também parte do ofício criativo.
Mais do que criar, o artista precisa registrar, documentar e adotar práticas que tornem seu percurso verificável e sua assinatura inconfundível. A obra é única, mas a legitimidade precisa ser continuamente reafirmada. Autenticidade, nesse sentido, não é apenas defesa contra fraudes, é também construção de legado. Ao organizar sua produção, emitir certificados e adotar protocolos de segurança, o artista fortalece não só a relação com o colecionador e o mercado, mas assegura que sua trajetória permaneça íntegra no tempo.
Aqui estão algumas estratégias que um artista plástico pode adotar para dificultar a falsificação:
1. Documentação Detalhada: Mantenha registros precisos de todas as suas obras, incluindo fotografias de alta resolução, descrições detalhadas, datas de criação e informações sobre materiais utilizados. Essa documentação pode servir como prova da autenticidade no futuro.
2. Assinatura Distinta: Desenvolva uma assinatura única e uniforme para suas obras, pois vai além de um simples nome - é um componente fundamental da autenticação artística. Procure assinar as obras sempre que possível, preferencialmente com tinta fresca, de modo que a assinatura se torne intrínseca à própria arte. Se a assinatura apresentar dificuldades de leitura, assegure-se de incluir uma identificação clara em algum local da obra, de preferência de maneira padronizada. Essa prática simplifica a verificação da autenticidade da obra.
3. Certificados de Autenticidade: Emita certificados de autenticidade para cada obra. Esses documentos podem ser assinados, numerados e carimbados, fornecendo uma trilha confiável da origem da obra.
4. Marcas D'água e Selos: Utilize marcas d'água ou selos personalizados em suas obras. Essas características únicas podem ser difíceis de replicar e ajudam a autenticar suas peças.
5. Tecnologia Digital: Considere o uso de tecnologia digital, como códigos QR, para vincular suas obras a informações detalhadas em um banco de dados online. Isso torna mais fácil para colecionadores e compradores verificar a autenticidade.
6. Registros em Catálogos Razonados: A inclusão de suas obras em catálogos razonados, que são compilações abrangentes de seu trabalho, pode ajudar na autenticação.
7. Registro de Copyright: Registre suas obras de arte no escritório de direitos autorais para estabelecer a data de criação e autoria.
8. Comunidade de Coletores: Construa relacionamentos com colecionadores e marchands de renome, pois eles podem autenticar obras e fornecer informações sobre sua proveniência.
9. Transações Documentadas: Sempre documente transações de compra e venda de suas obras com contratos detalhados. Isso ajuda a rastrear a trajetória de cada peça.
10. Acompanhamento Contínuo: Mantenha-se vigilante. À medida que novas tecnologias de falsificação surgem, continue aprimorando suas estratégias de segurança.
Necessita de orientação sobre como realizar essas tarefas? Estamos à disposição para auxiliá-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: contato@marisamelo.com


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