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2025: A Virada para um Mercado de Arte Mais Seletivo


Marisa Melo - CEO da UP Time Art Gallery
Marisa Melo - CEO da UP Time Art Gallery

O mercado de arte em 2025 revela um cenário de maturação. Segundo o relatório Art Basel & UBS Global Art Market Report 2025, o período é marcado por estabilidade moderada, desaceleração do segmento de altíssimo valor e fortalecimento de um mercado mais amplo, mais diverso e mais atento à trajetória do artista. A previsão geral indica que 2025 será um ano de reorganização, não de retração. É um momento em que a arte volta a se apoiar menos no deslumbramento e mais na construção de sentido.


Os analistas do relatório destacam que o volume de transações deve continuar crescendo, impulsionado principalmente por artistas emergentes e por obras de médio valor. Isso aponta para um mercado menos concentrado e mais distribuído. A compra se torna mais consciente, mais reflexiva e mais apoiada em pesquisa. Colecionadores tomam decisões com base na clareza do percurso do artista e não apenas na visibilidade momentânea. Essa mudança confirma minha leitura de que 2025 marca uma virada de perfil, na qual consistência pesa mais que repercussão imediata.


Outro ponto importante é o comportamento das gerações jovens. O relatório indica que os colecionadores millennials e da geração Z ganham peso dentro do mercado internacional e ampliam a presença feminina na compra de obras. Esse público valoriza narrativas, autenticidade e cultura. Eles buscam obras que dialogam com seus valores e com sua visão de mundo. Essa tendência reforça a necessidade de artistas com linguagem própria, coerente e consciente de seu processo.


A relação entre digital e físico em 2025 alcança equilíbrio. O digital mantém força como espaço de descoberta, mas não substitui o contato presencial com a obra. O relatório enfatiza que a decisão de compra permanece ancorada na experiência física. Escala, textura, e presença continuam decisivos. Isso cria um cenário híbrido, onde a comunicação acontece online, mas a confirmação se dá no encontro direto com a obra.


Do ponto de vista curatorial, essa mudança abre espaço para modelos mais íntimos de convivência com a arte. Casas-galerias, projetos híbridos e ambientes que incorporam a obra ao cotidiano tornam-se alternativas eficazes para aproximar público e artista. A arte se desloca da formalidade e entra em espaços que respiram vida real. Esse movimento combina com o que venho defendendo: a arte precisa de ambiente, de contexto, de circulação verdadeira, não apenas de paredes brancas e silêncio institucional.


O mercado global de luxo, segundo o Art Basel & UBS 2025, deve continuar estável, porém sem o crescimento acelerado que marcou outras épocas. Obras de altíssimo valor tendem a aparecer com regularidade menor, mas isso não significa fragilidade. Significa seletividade. Significa que o topo deixa de ser termômetro absoluto. Em 2025, quem sustenta o mercado é a base diversificada, não o pico.


No Brasil, esse tempo de reorganização oferece oportunidade. A distância dos grandes centros deixa de ser obstáculo e passa a ser diferencial. Há espaço para artistas que trabalham com rigor, constância e pensamento. Há espaço para galerias que entendem a arte como ambiente e experiência. Há espaço para colecionadores que querem construir coleção, não apenas acumular obras soltas. O país acompanha o movimento global e se beneficia do fato de que 2025 reduz o foco no espetáculo e amplia o olhar para a qualidade.


A conclusão do relatório aponta um dado que considero central. O ano de 2025 depende mais da clareza do artista do que das oscilações do mercado. A obra precisa estar ancorada em um caminho, em uma visão, em uma pesquisa. O improviso perde espaço. Cresce quem sustenta coerência, quem entende a própria linguagem e quem se posiciona com segurança.


O mercado de arte em 2025 é um convite à solidez. Para o artista, é a hora de assumir a própria voz. Para o colecionador, é a hora de escolher obras que permanecem significativas. Para galerias e projetos independentes, é o momento de criar vínculos reais entre público, espaço e obra. O relatório da Art Basel e da UBS apenas confirma aquilo que já percebemos na prática. A arte que prospera é a que tem verdade, direção e densidade.





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