O léxico de Mônica Ruggiero revela-se na construção de um vocabulário visual consistente, formado por cores densas, gestos orgânicos e atmosferas que transformam suas telas em matéria viva. Mesmo em fases e séries diferentes, sua obra mantém continuidade, reafirmando a identidade de uma artista que cria uma gramática própria. Inspirada por memórias, sonhos, cotidiano, músicas e filmes, Mônica traduz sua visão de mundo em um corpo pictórico coeso e em constante expansão.

A relação entre literatura e artes visuais atravessa séculos, dos manuscritos medievais aos artistas contemporâneos que unem texto e imagem. Esse diálogo não é acessório, mas constitutivo, ampliando a experiência estética e provocando novas leituras. A palavra prolonga o olhar, enquanto a imagem dá corpo ao verbo, criando zonas híbridas que resistem à aceleração do tempo presente. Arte e literatura, juntas, revelam a potência de pensar e sentir além da superfície.