Este artigo reflete sobre o papel do artista diante da tela em branco, a solidão do ateliê e a fricção entre autenticidade e expectativas externas. A arte que importa não busca consenso nem conforto, mas pulsa na dúvida, na coragem de continuar mesmo sem garantias. Em vez de produto, o verdadeiro gesto criativo é enfrentamento, presença e entrega. É no risco que a obra ganha vida e se torna capaz de transformar.

A fotografia de Michelli Cunha resiste ao excesso de manipulação digital e recupera a força do olhar verdadeiro. Nascida em Bento do Sul, Santa Catarina, e formada por um percurso autodidata, a artista alia técnica refinada a uma sensibilidade que encontra na natureza sua maior inspiração. Inspirada por Ernst Haas e Ansel Adams, Michelli apresenta na série Paisagens imagens que preservam a integridade da cena e revelam a beleza essencial do real, devolvendo ao espectador a ex