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Quando a Cor Lembra de Voltar: Elis Regina Dias em Dois Movimentos

Atualizado: 24 de jun.


Díptico: Rosa e Azul- Acrílica sobre tela_100 x150 cm e Azul e Rosa  - Acrílica sobre tela_100 x150 cm
Díptico: Rosa e Azul- Acrílica sobre tela_100 x150 cm e Azul e Rosa - Acrílica sobre tela_100 x150 cm

Há obras que não apenas ocupam o espaço, mas que parecem respirar. É o caso de Azul e Rosa e Rosa e Azul, díptico criado por Elis Regina Dias e apresentado na mostra De Onde Eu Vim: Reconstruindo Memórias, Criando Caminhos. Com 100 x 150 cm cada, as duas telas formam um par, mas não se duplicam. Elas se completam. São dois momentos de um mesmo gesto, duas maneiras de dizer o que não cabe em palavras.


Elis não busca retratar o passado como ele foi. Ela o reconstrói com as mãos, com uma linguagem que atravessa a memória por dentro. Sua abstração é direta, feita de pausas, vazios, respiros. As linhas finas cortam o campo da tela como nervuras. As cores surgem e desaparecem, como memórias que voltam aos poucos, sem pressa de se fixar.


A artista trabalha com uma liberdade que não se perde. Tudo tem direção, mesmo o que parece surgir do acaso. As pinceladas ora fluem, ora se contêm, criando um ritmo que é mais corpo do que conceito. Não há excesso. Há equilíbrio. Um equilíbrio instável, que pulsa, que propõe uma dança entre as formas.


Na paleta, o rosa se desmancha como pele antiga, o azul lembra céu e abismo, o laranja aquece sem dominar, o verde brota com a leveza do que nasce depois da chuva. Cada cor é um caminho, cada camada guarda algo não dito, mas sentido.


A inversão dos títulos é uma escolha estética. Em Azul e Rosa, o azul abre o espaço, e o rosa aparece como sopro. Em Rosa e Azul, é o rosa que chega primeiro, e o azul vem depois, como lembrança. Essa troca de lugares desloca o olhar. O que parece sutil, transforma tudo. São duas telas que se escutam, mas não se repetem. Há um elo entre elas, mas também autonomia. Uma propõe, a outra responde.


Ao trazer essas obras para a mostra De Onde Eu Vim, Elis Regina Dias nos propõe rever o que chamamos de origem. Não como ponto fixo, mas como construção. O díptico não olha para trás. Ele projeta. Ele sugere que memória e criação não são opostos. São camadas da mesma busca. E é nessa sobreposição de tempo, que sua pintura encontra força.

Elis não entrega respostas. Ela oferece passagem. Para quem olha, para quem sente, para quem também tenta entender de onde veio, e o que ainda precisa reconstruir.


Visite a exposição!


De Onde Eu Vim: Reconstruindo Memórias, Criando Caminhos 

Local: Shopping West Plaza, Piso I, Rua Francisco Matarazzo, s/n, durante o horário de funcionamento do shopping.

Realização: UP Time Art Gallery com curadoria de Marisa Melo.

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