Alex Carrari e a cor que pulsa: expressionismo como gesto vital
- Marisa Melo

- 26 de jul. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 17 de mai.
Alex Carrari,artista natural do Paraná, estabeleceu suas raízes em São José dos Campos, no estado de São Paulo. Ele sempre manifestou interesse pela leitura e pelas artes, dando início a seus primeiros desenhos aos oito anos. Movido por inquietude e autocrítica, Alex prontamente evoluiu para a criação de desenhos originais, deixando-se guiar unicamente pela força da imaginação.
À medida que o tempo avançava, seu fascínio pela pintura se desenvolvia, acompanhado do anseio por uma jornada filosófica e estética que desse sustentação a suas obras, tanto no plano conceitual quanto visual. Foi nessa busca que Alex Carrari descobriu o existencialismo e, sobretudo, o expressionismo europeu, com ênfase na vertente alemã, que profundamente influenciou sua poética artística. Além disso, sua formação em teologia desempenhou um papel fundamental na construção de sua trajetória artística. A disciplina da leitura bíblica, seu fascínio pela arte paleocristã e bizantina, e a teologia mística medieval desempenharam um papel significativo em sua jornada artística.

A arte é uma linguagem que se dobra ao olhar de quem vê. Carrega subjetividade, atravessa experiências, reverbera de forma íntima. Cada espectador encontra nela algo que lhe pertence. No expressionismo, essa relação se intensifica. A cor não descreve, ela pulsa. A forma não ilustra, ela sente. Texturas, gestos e contrastes constroem atmosferas que não se explicam, apenas se vivem.
Alex Carrari, artista brasileiro de presença vibrante, é um desses criadores que não pintam apenas o visível, mas o que escapa dele. Sua obra irrompe em energia, feita de traços vigorosos e cores que parecem acesas por dentro. Há, em cada tela, um ímpeto de revelação, um desejo de tornar plástica a intensidade que transborda.
Suas composições nos alcançam com imediatismo, mas não se esgotam na primeira leitura. Conjugam desordem e reinvenção com uma harmonia instável, porém precisa. Há ecos de classicismo, mas também lampejos de um caos que respira sob controle. Confrontos com o vazio se fazem presentes, mas nunca paralisam, são paisagens internas em transformação.
A paleta de Alex é carregada de vitalidade. Os tons vivos injetam otimismo e calor, enquanto o preto atua como presença densa, criando pausas, sombras, contrapontos. Ele não interrompe a cor, ele a aprofunda. Há uma inteligência sensível nesse uso do contraste, um domínio técnico que sustenta o impacto visual e emocional das obras.
Alex Carrari é, sobretudo, um artista generoso. Compartilha sua visão com liberdade, sem filtro ou contenção. Ao observar suas telas, é como se as comportas de sua imaginação estivessem sempre abertas, permitindo que a beleza flua com intensidade e franqueza.
Com bagagem rica, atravessada por cultura, inquietação e sensibilidade, Alex é um artista em permanente reinvenção. Busca, experimenta, mergulha. Sua obra amplia as possibilidades do expressionismo contemporâneo, convidando o espectador a se perder, e se reencontrar, dentro da cor.






