Reafirmando a Força das Nossas Raízes Artísticas
A presença da UP Time Art Gallery no Salon International D'Art Contemporain de Bruxelas marca um momento significativo para a arte brasileira no cenário global. Sob a curadoria de Marisa Melo, o coletivo de artistas levou ao público internacional uma narrativa rica e multifacetada, que dialoga com as raízes da ancestralidade brasileira e suas conexões com a modernidade. O tema escolhido, que uniu representações indígenas, africanas e elementos tecnológicos, transformou-se em um manifesto vibrante sobre a pluralidade e a força cultural do Brasil.
Explorar temas atuais é essencial para criar pontes entre culturas e compartilhar histórias importantes. No Salon International de Art Contemporain, as obras apresentadas não apenas destacaram as raízes históricas e identitárias das Américas, mas também mostraram como a arte pode ser um poderoso canal de conexão. Um dos grandes destaques foi a obra da artista polímata Ritamar, do sul do Brasil, que retratou um andróide indígena. Essa peça singular combina tradição e tecnologia, oferecendo uma visão futurista que ainda mantém os valores e a estética da contemporaneidade. O contraste harmonioso entre passado e inovação foi uma declaração poderosa sobre como esses mundos podem coexistir e se enriquecer mutuamente.
Imagens UP Time Art Gallery_novembro2024
Outra obra que capturou a atenção do público foi a criação de Natan D'Sampa, artista paulistano com mais de três décadas de trajetória artística. Sua pintura trouxe duas crianças, uma indígena e outra africana, em uma representação poética de nossas origens e da importância da ancestralidade para as Américas. Essa narrativa visual não apenas destacou a diversidade cultural, mas também reforçou a relevância de valorizar nossas raízes em um mundo globalizado.
Natan d'Sampa: Pessoas nativas_2024 - acrílica sobre tela/60x80 cm
"A proposta é transmitir uma mensagem de união e conscientização sobre as etnias, destacando a importância de preservar as conexões culturais que fundamentam nossa identidade."
Júlia d'Paula: Flor de Ouro_série cerrado brasileiro, 2023, óleo sobre tela - 40x70 cm
Outra artista que surpreendeu o público foi Júlia d'Paula, do Tocantins, que, com apenas 16 anos, já possui uma trajetória artística impressionante. Com mais de 200 obras, 6 exposições individuais e várias coletivas, suas criações já passaram por cidades como Madri, Paris, Osaka e Varkaus. Júlia apresentou a a 'Flor de 'Ouro da série Cerrado Brasileiro, uma flor nativa do cerrado de sua terra natal. Nesta série, a natureza de sua região é celebrada, com um olhar especial para a flor do pequi, que carrega impórtâncias culturais, econômicas e gastronômicas para o Tocantins.
"Minhas pinturas são uma homenagem ao Cerrado, minha terra natal. Cada flor, cada obra, carrega a história e a cultura que moldaram minha identidade, revelando a beleza e a força de um povo que vive em sintonia com a natureza."
Andrea Mariano: Raizes Entrelaçadas_2024 - Acrílica sobre tela / 60x80 cm
"Meu desejo é seguir denunciando as injustiças que encontro ao meu redor, utilizando a arte como um meio de reflexão. Quero dar voz àqueles que, por tanto tempo, foram silenciados, e destacar a luta constante por dignidade e respeito. A arte tem o poder de provocar, de incomodar, e é com ela que busco contribuir para a construção de um mundo mais consciente e inclusivo. Através das minhas pinturas, busco trazer à tona as realidades que muitas vezes são ignoradas. Cada quadro que pinto é uma afirmação do que deve ser lembrado e daquilo que ainda precisamos mudar."
Ritamar de Venz: Memórias Cibernéticas_2024 - Acrílica sobre tela/ 60x80 cm
"A arte, para mim, é um reflexo da fusão entre o passado e o futuro. Ao criar uma andróide indígena, uma figura híbrida que carrega o espírito ancestral Pataxó e os avanços tecnológicos, busco questionar os limites entre o humano e o mecânico. É possível coexistir em harmonia com as tradições e a tecnologia. Essa obra é uma proposta para refletirmos sobre um futuro onde a inovação e a ancestralidade não se opõem, mas se complementam, criando um caminho mais equilibrado e sustentável."
Outras obras que também atraiu grande atenção foi a de uma artista promissora, Julia Dalcastagné, que traz uma leitura única de cartoon, animê e gibis. Com uma trajetória rica e marcada por influências internacionais, Julia, que viveu na Inglaterra, capturou o humor sarcástico e sofisticado da cena artística britânica. Atualmente, ela está em cartaz com sua exposição individual Poéticas Ilustradas: A Subversão do Fantástico no Imaginário Pop , na galeria UP Time Art Gallery.
Veja a exposição de Júlia Dalcastagné:
Poéticas Ilustradas: A Subversão do Fantástico no Imaginário Pop
Júlia Dalcastagné: Vunerable Adult, 2023_óleo sobre tela - 50x50 cm
Júlia Dalcastagné: Sixty Years On_óleo sobre tela - 60x80 cm
Júlia Dalcastagné: Colors of the Wind , 2021_óleo sobre tela - 60x80 cm
"Minha arte é um reflexo das contradições que me cercam: o humor ácido do cotidiano, a estética sombria e colorida, e a busca por um olhar semi-realista que, ao mesmo tempo, nos aproxima da realidade e nos desafia a enxergar além dela. Cada traço exagerado, cada cor vibrante, é um convite para refletir sobre o que muitas vezes ignoramos, mas que está sempre presente em nossa essência humana."
Embora o Salon International D'art ainda seja pouco explorado pela América Latina, devido aos altos custos e complexidade das conexões aéreas, sua relevância no circuito contemporâneo é indiscutível. Este evento atrai colecionadores e galeristas de todo o mundo, em busca de grandes talentos e oportunidades de negócios, além de oferecer uma estrutura privilegiada para reuniões com agentes do mercado. Nesse contexto, o estande da UP Time Art Gallery se destacou como um dos mais movimentados, atraindo o público pela força das narrativas brasileira, reforçando a importância da galeria como um ponto de encontro essencial para o intercâmbio cultural e artístico global.
A participação da galeria reafirma a importância de levar a cultura brasileira para outras fronteiras, revelando ao mundo a riqueza de nossas narrativas artísticas. Em um cenário global, onde a arte muitas vezes corre o risco de ser homogeneizada pela globalização, destacar nossas raízes é reafirmar nossa identidade e garantir que nossas histórias sejam ouvidas. A arte, nesse sentido, funciona como um embaixador cultural, capaz de construir pontes e criar conexões entre diferentes culturas.
Essa experiência ampliou o alcance do coletivo de artistas e consolidou o papel da UP Time Art Gallery como uma importante plataforma de intercâmbio cultural. Sob a curadoria de Marisa Melo, a galeria demonstra como a arte brasileira pode dialogar com o mundo, levando mensagens que unem tradição, ancestralidade e inovação.
Coletivo:
@andreamarianoarte
@juliadpaulaartista
@lennyhipolitoart
@natandsampa
@ritamar_art
Serviço:
Evento: Exposição Salon International D'art
Galeria: UP Time Art Gallery
Curadoria: Marisa Melo
Obra em Destaque: Pessoas Nativas
Local: Bruxelas, Bélgica
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