Tempo Efêmero: Reflexões e Críticas na Arte de Marisa Melo

A obra "Tempus Fugits" de Marisa Melo, apresentada na exposição "Portas: Aberturas e Despedidas", é uma representação profunda da realidade contemporânea. Marisa, com sua experiência no mercado de arte, crítica e curadora, captura a essência da era moderna - uma era marcada pela transitoriedade e a efemeridade das experiências e relações humanas.

Utilizando a técnica de fotografia com intervenção digital, a obra é impressa em papel museológico, com dimensões de 80x100 cm, proporcionando uma imersão visual que facilita uma conexão pessoal intensa. Sua composição engloba um relógio, pessoas em corrida frenética pelas ruas em meio a uma rotina exaustiva, uma modelo emergindo da terra, e uma placa quebrada com o comando "Pare". A paleta em preto e branco acentua a temática do tempo efêmero, destacando a mensagem clara e direta da obra sobre a urgência e a fluidez da vida.

A obra "Tempus Fugits" reflete a ansiedade e a pressa inerentes à vida moderna, onde o tempo se tornou o recurso mais importante e escasso. Marisa, aborda como essa percepção alterada do tempo influencia todas as facetas de nossas vidas, desde as tendências de consumo até os "15 minutos de fama" de Andy Warhol. A obra sugere uma crítica à sociedade que valoriza o efêmero sobre a durabilidade, e a fama sobre a substância.

A obra, é mais que uma representação da nossa época; é um alerta sobre nossas prioridades e escolhas, instigando reflexões sobre a valorização das relações humanas, do amor e dos sorrisos em uma realidade onde estamos constantemente lutando contra o tempo. Marisa oferece uma crítica à nossa existência e desafia concepções comuns sobre tempo, tecnologia e interações sociais, refletindo o espírito contemporâneo e incentivando uma análise profunda sobre nossas decisões, sublinhando a brevidade da vida moderna onde, paradoxalmente, o que nasce hoje, já nasce morrendo.