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Fábio Balen: o Realismo Espontâneo

Atualizado: 16 de set.





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Uma marca dos grandes artistas é a capacidade de se transformar. A cada fase, um novo gesto, uma nova investigação, um modo peculiar de olhar o mundo. Essa reinvenção não é ruptura gratuita, mas necessidade vital. Picasso talvez seja o exemplo mais emblemático dessa dinâmica: da introspecção melancólica da Fase Azul, passando pela radicalidade da Fase Africana até o Cubismo, sua trajetória revela que a coerência de um artista não está em repetir fórmulas, mas em expandir fronteiras. O mesmo vale para Monet, que partiu do rigor impressionista para o lirismo quase abstrato das ninfeias, e para van Gogh, cuja pincelada evoluiu da contensão inicial para o turbilhão expressivo que marcou sua linguagem. Em todos eles há um traço em comum: a coragem de ousar, experimentar e se permitir o risco.


É nesse território que se insere a obra de Fábio Balen. Formado em sólida base conceitual, ele dialoga com tradições diversas sem se submeter a elas. Seu período europeu lhe ofereceu não apenas o contato com o legado clássico, mas também a intensidade cromática que remete ao universo ibérico, tão presente em Miró e Picasso, com especial ênfase nos vermelhos e amarelos que atravessam sua paleta. Essa fusão entre referências renascentistas e cubistas resultou em uma linguagem lúdica, vibrante, capaz de conquistar admiradores pelo vigor visual e pela vitalidade cromática.


Mas Fábio não se deixou aprisionar pelo êxito alcançado. Sua pesquisa mais recente, que ele denomina Realismo Espontâneo, abre uma nova frente em sua trajetória. Aqui, a figura humana ganha protagonismo em retratos que, ao mesmo tempo em que revelam domínio técnico, instauram uma atmosfera de naturalidade e frescor. Não há afetação, não há rigidez: o que se vê é a confluência entre a herança clássica, a intensidade expressiva e a modernidade pop. É como se ecos de Rembrandt, Frida Kahlo e Andy Warhol se entrelaçassem, produzindo obras que equilibram densidade e leveza, tradição e contemporaneidade.


Essa versatilidade se manifesta também em sua série monocromática, na qual a contenção cromática não empobrece, mas amplia a potência expressiva. O monocromo, ao contrário do que poderia sugerir, não limita a leitura, mas abre espaço para perceber nuances de textura, gesto e profundidade. Trata-se de um conjunto que, isoladamente, já bastaria para afirmar a relevância de Fábio como artista capaz de transitar entre universos sem perder coerência.


O que une essas diferentes fases é a sinceridade estética. Fábio não se guia pelas demandas imediatas do mercado nem pela tentação de repetir fórmulas que já lhe trouxeram reconhecimento. Sua obra cresce justamente por essa disposição de surpreender e de se reinventar. Em suas próprias palavras, trata-se de “Fábio Balen sendo Fábio Balen” uma afirmação que soa menos como redundância e mais como declaração de autenticidade.




"Monalisa" - Acrílica sobre tela
"Monalisa" - Acrílica sobre tela



"A Menina de brinco" - Acrílica sobre tela
"A Menina de brinco" - Acrílica sobre tela


"Frida Kahlo" - Acrílica sobre tela
"Frida Kahlo" - Acrílica sobre tela


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