
Dani Xavier, em sua trajetória artística, quebra a ideia de que a pintura está à margem das inovações do mundo contemporâneo. Em um cenário onde as tecnologias digitais são frequentemente vistas como a vanguarda da expressão visual, Dani reafirma o poder da pintura tradicional. Ela mantém viva a essência do gesto artístico, ao mesmo tempo que resgata as raízes da arte, em um mundo que parece cada vez mais distante delas.
Quando se observa pela primeira vez o trabalho de Dani Xavier, é como se adentrar o universo do Impressionismo. Seus quadros encantam logo no primeiro olhar, mas é muito mais do que o tema o que cativa. O que realmente impressiona é a maneira com que a artista, autodidata e nascida em Presidente Olegário, no interior de Minas Gerais, Atualmente, moradora de Conceição das Alagoas, MG, ela também exerce a profissão de Oficial de Justiça no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, entrelaçando sua história pessoal com uma vida dedicada à arte e ao trabalho jurídico.
Desde pequena, Dani se encantou pelas cores e pelo simples ato de colorir. Seus primeiros traços, feitos em panos de prato, já mostravam uma inquietação criativa que só se expandiu com o tempo. Em 2014, ela decidiu formalizar seu interesse pela pintura, participando de aulas que a introduziram ao fascinante mundo das tintas a óleo. Bastaram três aulas para que uma chama se acendesse dentro dela, uma chama que, por algum tempo, aguardasse o momento certo para se manifestar com toda a sua intensidade.
Sua obra "Flores" (29,7 x 42 cm, acrílica sobre papel), Dani demonstra com delicadeza sua habilidade de capturar o sensível e o espiritual, traduzindo a essência das cores em uma expressão de seu próprio universo.
O trabalho de Dani Xavier reflete sua conexão com a natureza, que se torna a essência de sua arte. Suas inspirações brotam da estilização de flores, jardins e paisagens bucólicas, refletindo a beleza vibrante e as cores que a natureza oferece generosamente. Ela transforma o mundo natural em seu cenário. As suas obras são construções delicadas, fluidas, onde, ao abandonar a rigidez dos contornos definidos, Dani cria imagens que parecem surgir de forma orgânica. É como se o próprio tempo tivesse o poder de dissolver as formas, transformando-as em sombras e cores. As pinceladas curtas e espalhadas dão movimento às cenas, criando uma dinâmica que faz com que cada quadro ultrapasse a ideia de uma simples imagem estática, adquirindo vida e energia.


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