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Resiliência Feminina: quando a arte é aliança

Atualizado: 24 de jun.


Narrativa em Cores: Resiliência Feminina  Africana - Grafite sobre papel_21x21,3 cm
Narrativa em Cores: Resiliência Feminina Africana - Grafite sobre papel_21x21,3 cm



Durante séculos, o corpo feminino foi retratado como figura passiva, marcado por idealizações, silenciamentos e estereótipos. Mas artistas contemporâneas têm desviado desse padrão, reposicionando a mulher como força atuante, coletiva e enraizada em vivências reais. Resiliência Feminina, de Ana Rafaela, é parte desse movimento. Seu desenho transforma o corpo em linguagem, em gesto de aliança entre aquelas que seguem firmes, lado a lado.


Na obra, duas mulheres se apoiam como colunas de uma mesma estrutura. Não há hierarquia nem isolamento. O vínculo entre elas é símbolo de continuidade, de uma ancestralidade que não se apaga. A firmeza da imagem substitui qualquer ideia de fragilidade. Cada cor, cada detalhe visual remete a um passado comum que segue pulsando no presente.


O vermelho domina a composição como sangue que atravessa gerações, sustentando a vida e a resistência. O amarelo ilumina, trazendo com ele a ideia de futuro, de esperança construída a partir da união. As duas cores se contrapõem e se complementam, criando uma vibração quase coreografada, que dá ritmo à tela.


Os adornos que vestem as figuras são marcas culturais, sinais de pertencimento, narrativas visuais que constroem território. Cada linha, cada textura parece guardar uma lembrança coletiva. Não é sobre individualidade. É sobre mulheres que constroem juntas, sobre memórias bordadas em silêncio, mas firmadas na partilha.


Esse desenho não se oferece como imagem estática. Ele se impõe como campo de relação. Fala de histórias que não foram registradas em livros, mas que resistem nos gestos cotidianos de cuidado e apoio. Ana Rafaela não constrói um ideal. Ela apresenta um ciclo que continua, onde o sustento entre mulheres é ato político e poético.


A obra é um lembrete de que a força está nos vínculos. De que o futuro se ergue onde há afeto compartilhado, coragem coletiva e memória preservada. Não se trata apenas de retratar mulheres africanas. Trata-se de reposicioná-las no centro da narrativa, como agentes que sustentam, protegem e avançam.


a.

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