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A Vanguarda Cósmica de José Luís Aguilar: Experimentação e Mistérios

Atualizado: 24 de jun.


"Vigilante Cósmico" Acrílico Fluido Sobre Tela - 70x70 cm_2020
"Vigilante Cósmico" Acrílico Fluido Sobre Tela - 70x70 cm_2020

A obra de José Luís Aguilar parte da matéria, mas nunca se limita a ela. Nascido em Vila Nova da Barquinha, Portugal, o artista construiu sua trajetória entre o rigor técnico da Sociedade Nacional de Belas-Artes e o ambiente experimental da Escola Arco, em Lisboa. Essa combinação aparece com nitidez em Vigilante Cósmico, pintura de 2020, com 70 x 70 cm, em que o uso do acrílico fluido sobre tela dá forma a uma composição que exige do olhar mais do que contemplação.


A tela não busca representar, mas tensionar o espaço. Aguilar trabalha com sobreposições de cor e movimento que desafiam o equilíbrio, mas não perdem controle. Cada camada revela uma decisão, um corte preciso entre gesto livre e intenção. A pintura parece expandir o campo visual, deslocando o centro da atenção para zonas onde as transições cromáticas não são meros efeitos, mas parte estrutural da imagem.


O artista não faz concessões ao figurativo nem se rende ao caos da abstração plena. Ele constrói sua linguagem a partir da persistência, da repetição, da escuta silenciosa da própria superfície. As cores vibram, mas não gritam. Há ritmo, há pausa. O olhar é conduzido, mas não limitado. Vigilante Cósmico é uma obra que opera por tensão interna, sustentada pela escolha precisa das relações entre fundo e forma, densidade e leveza.


É um trabalho que não entrega sentido imediato. E isso é uma escolha.

Aguilar entende que a força da pintura está no tempo que ela exige. Não se trata de decifrar uma mensagem, mas de sustentar o olhar, de aceitar o desconforto do que não se resolve logo. A obra não fala por metáforas, fala por estrutura.


O acrílico, manipulado com domínio técnico, ganha na mão do artista uma textura quase líquida, mas nunca dispersa. Aguilar tem clareza formal. Sua abstração não é gesto vazio, é método. Ele parte da matéria para construir presença. E isso se vê em cada centímetro de tela.


Vigilante Cósmico sintetiza uma etapa madura da produção de José Luís Aguilar, que não repete fórmulas, mas investiga possibilidades dentro da própria linguagem. É pintura que sabe o que quer ser. E que exige do público uma disposição equivalente: olhar sem pressa, ler com o corpo inteiro.

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