
Apresentamos semanalmente artigos que respiram arte e cultura.
Reflexões assinadas por nossos colunistas, exposições em cartaz ao redor do mundo e entrevistas que revelam o pensamento e o gesto por trás das obras.



DESTAQUE

A cena artística não é mais a mesma. Quem vive o mercado de arte com o olhar atento já entendeu que as regras mudaram, os públicos mudaram e o modo como nos relacionamos com a arte também. Nesse cenário de transformações, ser galerista é estar em constante adaptação. É preciso entender o tempo presente sem abrir mão da consistência que só os anos de experiência oferecem.
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Falo com a autoridade de quem está há mais de 30 anos nesse mercado, acompanhando gerações de artistas, ciclos econômicos, transformações estéticas e mudanças de comportamento. Minha trajetória como galerista é marcada por constância e presença internacional. Participo de algumas das principais feiras de arte. São eventos que exigem preparo, critério e visão estratégica, e que ampliam não só o alcance dos artistas que represento, mas também consolidam a relevância da minha curadoria no cenário global.
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O que os colecionadores realmente procuram hoje?
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Depois da pandemia, o mercado ganhou novas rotas. O digital se impôs, mas o desejo pelo contato direto, pela presença física diante da obra, voltou com força. As feiras estão cheias, os ateliês abertos, as visitas voltaram a ser agendadas com entusiasmo. Mas agora há algo diferente no ar: o olhar do público está mais exigente, e mais disposto a perguntar o porquê de cada escolha.
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Há uma nova geração de colecionadores que não está interessada apenas em nomes consagrados ou em apostas de valorização futura. Eles querem conexão, querem história, querem ver sentido na parede. É por isso que a curadoria precisa ser cada vez mais sensível, acessível e pedagógica. O papel da galeria não é apenas vender, é mediar, formar, acompanhar. O tempo da autoridade distante já passou. Hoje, é preciso construir vínculos reais.
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Mariluz Gallegos Zumaeta cria espaços onde o tempo e cultura se encontram com precisão. Formada em Lima e com trajetória sólida em feiras internacionais, ela hoje está à frente da Spazio e Stile, referência no design peruano. Nesta entrevista, ela fala sobre processos, escolhas e o compromisso com uma estética que não é só bela, mas tem fundamento. Leitura imperdível.