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A Cor da Semente da Melancia de Renata leal

Atualizado: 24 de jun.

“A cor da semente da melancia” – óleo sobre tela, 2023, 70 x 100 cm
“A cor da semente da melancia” – óleo sobre tela, 2023, 70 x 100 cm

Balthus dizia que “as coisas mais profundas que sentimos raramente são ditas. Mas podem ser pintadas”. É a partir dessa premissa que podemos nos aproximar da obra de Renata Leal. Sua pintura não se apoia em explicações. Ela constrói uma linguagem feita de sugestão, onde o gesto é contido e cada elemento visual carrega mais do que aparenta.


Renata cresceu num ambiente onde a arte fazia parte da rotina. Estudou por dez anos com Andrea Franco e seguiu seu percurso técnico na Escola de Arte do Mestre Paulo Frade. Essas duas formações consolidaram uma base sólida que ela expande até hoje em sua pesquisa visual. Sua escolha pelo óleo sobre tela veio com a vontade de dominar um meio que exige tempo, controle e precisão. Renata desenvolve seus próprios pigmentos, trabalha em veladuras e constrói luz a partir da transparência, não do impacto imediato.


Seu figurativo não busca fidelidade ao real. As figuras, crianças, aves, frutas, rostos femininos, se organizam num campo visual onde nada é literal. A artista cria cenas que pairam entre o cotidiano e o simbólico, entre o que se vê e o que se pressente. Há algo ali que toca o afeto, mas sem recorrer ao óbvio. É pintura que desloca o olhar e propõe outras leituras possíveis do que entendemos como identidade, origem e intimidade.


A formação como psicanalista atravessa a obra de forma sutil. Não como discurso, mas como estrutura. Suas imagens são construídas com consciência do que é revelado e do que é mantido em suspensão. As figuras não performam. Elas simplesmente estão. O olhar não é dramático, é direto. Há um tipo de contenção emocional que só aparece quando se sabe o que está fazendo.


Renata Leal tem participado de exposições no Brasil e no exterior, incluindo o Salão de Arte em Liechtenstein. Seu trabalho tem ganhado visibilidade, mas sem pressa. Ela não trabalha para impressionar. Seu foco está em criar conexões que resistam ao tempo, com consistência formal e densidade visual.


Na obra A cor da semente da melancia, óleo sobre tela de 70 x 100 cm, pintada em 2023, isso se torna ainda mais evidente. A figura feminina ocupa o centro com firmeza, mas é o título que reorienta a leitura. Ele fala de início, de promessa, de tudo aquilo que ainda não brotou mas já pulsa. É uma pintura que não entrega resposta, mas que oferece espaço para quem observa construir sua própria entrada.


Renata não se apoia em fórmulas nem em símbolos fáceis. Ela opta pelo rigor. E é justamente por isso que seu trabalho se sustenta, com precisão.





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