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O Masp em transformação: Um novo tempo para a arte na Avenida Paulista

Atualizado: 8 de jun.


Masp - Imagem: Metrô Arquitetos/Divulgação
Masp - Imagem: Metrô Arquitetos/Divulgação

O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, nosso MASP, é mais do que uma referência da arquitetura moderna. É presença que se transforma com o tempo, sem jamais perder a alma. No centro pulsante da Avenida Paulista, o MASP é ideia, é movimento, é voz que atravessa gerações. Desde que Lina Bo Bardi desenhou sua estrutura suspensa em 1968, com linhas que desobedecem o óbvio e convidam o olhar a se elevar, o museu vem se firmando como um espaço de provocações e estéticas, sociais. Um espaço onde a arte vibra, provoca, respira. Hoje, mais de cinquenta anos depois, esse espírito inquieto encontra novas formas de existir. Cresce, se expande. Não apenas fisicamente, mas em densidade no tempo.


A inauguração do novo edifício Pietro Maria Bardi, batizado em homenagem a um dos fundadores do museu, marca um momento histórico. Situado no antigo edifício Dumont-Adams, no quarteirão vizinho, o novo anexo foi restaurado e reconvertido para integrar-se organicamente ao MASP, formando um corredor cultural vibrante. Com 14 andares e mais de 7.800 m² de área construída, a ampliação quase dobra a área útil do museu, saltando de 10.485 m² para 21.863 m². Mas limitar essa expansão a um dado técnico seria reduzir o alcance de uma iniciativa que nasce para ressignificar o papel do museu na sociedade contemporânea.

É necessário olhar para essa expansão não como um simples acréscimo, mas como um desdobramento natural da missão do MASP. Uma resposta à urgência do nosso tempo, que demanda espaços de diálogo, de convivência. O museu do século XXI se constitui como um lugar de experiências.


Cada andar do edifício Pietro Maria Bardi cumpre uma função específica, articulada entre o fazer museológico, a preservação, a formação e a ampliação de públicos:


1º e 2º subsolos: abrigam as reservas técnicas e áreas de apoio, como as novas docas de carga e descarga. Trata-se de um avanço fundamental na infraestrutura do museu, permitindo maior eficiência no trânsito e na preservação das obras, algo que limitações do prédio original dificultavam.


Térreo: será a nova entrada principal, criando um eixo de conexão entre o edifício antigo e o novo. A entrada pela rua Professor Otávio Mendes reafirma a abertura do MASP para a cidade, quebrando barreiras físicas e simbólicas, convidando o público a entrar e ocupar.


1º andar: abriga a nova loja do museu e a bilheteria, ampliando os espaços de acolhimento do público.


2º andar: está reservado à administração, com escritórios e salas de trabalho.


3º andar: será dedicado a cursos, oficinas e laboratórios. Um espaço voltado à formação, à educação e ao intercâmbio de saberes – em perfeita sintonia com a vocação pedagógica que sempre orientou o MASP.


4º ao 6º andares: acolherão salas expositivas. Com pé-direito generoso e ambientes moduláveis, esses andares foram concebidos para receber tanto exposições temporárias quanto desdobramentos da coleção permanente, permitindo uma maior rotatividade de obras e diversidade de mostras.


7º andar: será um espaço de convivência, com café e área para eventos. Um convite para a pausa, a conversa, o encontro. Porque também é nesses momentos de informalidade que a arte reverbera.


8º ao 10º andares: abrigarão a nova biblioteca e o centro de documentação, ampliando o acesso ao acervo bibliográfico e oferecendo um refúgio para a pesquisa e o aprofundamento.


Este novo corpo arquitetônico amplia, qualifica e dá fôlego à atuação do MASP, mas sem romper com sua origem. A nova estrutura respeita o projeto original de Lina Bo Bardi e se articula com ele de maneira complementar. A passarela que conectará os dois edifícios, ainda em construção, será o elo físico entre passado e futuro, entre o gesto inaugural e o gesto de continuidade.


Mas seria um erro olhar para essa ampliação apenas com os olhos da arquitetura. O novo MASP nasce com um compromisso com três palavras que hoje norteiam as instituições culturais mais relevantes do mundo: acessibilidade, inclusão e sustentabilidade.

Esses pilares extrapolam o edifício. A acessibilidade, por exemplo, não se limita a rampas ou elevadores: ela deve tocar o sensível, o cognitivo e o econômico, garantindo que todas as pessoas se sintam parte do museu, independentemente de suas condições. A inclusão demanda mais: convida o museu a reconhecer os sujeitos e comunidades historicamente alijados da história da arte, e a convidá-los a se verem representados, e ativos, dentro da instituição. Já a sustentabilidade ultrapassa o uso de energia limpa ou materiais ecológicos; ela diz respeito à viabilidade de longo prazo, à criação de ambientes que acolham e que respeitem tanto o planeta quanto as pessoas que o habitam.


Este é o novo MASP, em expansão física e institucional. Um museu que reafirma seu papel como espaço de produção cultural, crítica e preservação, atento às transformações do presente e comprometido com seu papel público.


 
 

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