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O MASP EM TRANSFORMAÇÃO: UM NOVO TEMPO PARA A ARTE NA AVENIDA PAULISTA


Masp - Imagem: Metrô Arquitetos/Divulgação
Masp - Imagem: Metrô Arquitetos/Divulgação

O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand — nosso MASP — é mais do que uma referência da arquitetura moderna. Ele é matéria viva. É presença que se transforma com o tempo, sem jamais perder a alma. Ali, no centro pulsante da Avenida Paulista, o MASP é ideia, é movimento, é voz que atravessa gerações. Desde que Lina Bo Bardi desenhou sua estrutura suspensa em 1968, com linhas que desobedecem o óbvio e convidam o olhar a se elevar, o museu vem se firmando como um território de provocações, estéticas, sociais e afetivas. Um espaço onde a arte não repousa, mas vibra, provoca, respira. Hoje, mais de cinquenta anos depois, esse espírito inquieto encontra novas formas de existir. Cresce, se expande. Não apenas fisicamente, mas em densidade, em presença no tempo.


A inauguração do novo edifício Pietro Maria Bardi, batizado em homenagem a um dos fundadores do museu, marca um momento histórico. Situado no antigo edifício Dumont-Adams, no quarteirão vizinho, o novo anexo foi restaurado e reconvertido para integrar-se organicamente ao MASP, formando um corredor cultural vibrante. Com 14 andares e mais de 7.800 m² de área construída, a ampliação quase dobra a área útil do museu, saltando de 10.485 m² para 21.863 m². Mas limitar essa expansão a um dado técnico seria reduzir o alcance simbólico de uma iniciativa que nasce para ressignificar o papel do museu na sociedade contemporânea.

É necessário olhar para essa expansão não como um simples acréscimo, mas como um desdobramento natural da missão do MASP. Uma resposta à urgência do nosso tempo, que demanda espaços de escuta, de diálogo, de convivência. Mais do que um repositório de obras, o museu do século XXI se constitui como um lugar de experiências. Um espaço ativo de produção cultural, de memória e de pertencimento. E o novo edifício foi pensado para dar corpo a essa visão.


Cada andar do edifício Pietro Maria Bardi cumpre uma função específica, articulada entre o fazer museológico, a preservação, a formação e a ampliação de públicos:


1º e 2º subsolos: abrigam as reservas técnicas e áreas de apoio, como as novas docas de carga e descarga. Trata-se de um avanço fundamental na infraestrutura do museu, permitindo maior eficiência no trânsito e na preservação das obras, algo que limitações do prédio original dificultavam.


Térreo: será a nova entrada principal, criando um eixo de conexão entre o edifício antigo e o novo. A entrada pela rua Professor Otávio Mendes reafirma a abertura do MASP para a cidade, quebrando barreiras físicas e simbólicas, convidando o público a entrar e ocupar.


1º andar: abriga a nova loja do museu e a bilheteria, ampliando os espaços de acolhimento do público.


2º andar: está reservado à administração, com escritórios e salas de trabalho.


3º andar: será dedicado a cursos, oficinas e laboratórios. Um espaço voltado à formação, à educação e ao intercâmbio de saberes – em perfeita sintonia com a vocação pedagógica que sempre orientou o MASP.


4º ao 6º andares: acolherão salas expositivas. Com pé-direito generoso e ambientes moduláveis, esses andares foram concebidos para receber tanto exposições temporárias quanto desdobramentos da coleção permanente, permitindo uma maior rotatividade de obras e diversidade de mostras.


7º andar: será um espaço de convivência, com café e área para eventos. Um convite para a pausa, a conversa, o encontro. Porque também é nesses momentos de informalidade que a arte reverbera.


8º ao 10º andares: abrigarão a nova biblioteca e o centro de documentação, ampliando o acesso ao acervo bibliográfico e oferecendo um refúgio para a pesquisa e o aprofundamento.


Este novo corpo arquitetônico amplia, qualifica e dá fôlego à atuação do MASP, mas sem romper com sua origem. A nova estrutura respeita o projeto original de Lina Bo Bardi e se articula com ele de maneira complementar. A passarela que conectará os dois edifícios, ainda em construção, será o elo físico entre passado e futuro, entre o gesto inaugural e o gesto de continuidade.


Mas seria um erro olhar para essa ampliação apenas com os olhos da da arquitetura. O novo MASP nasce com um compromisso profundo com três palavras que hoje norteiam as instituições culturais mais relevantes do mundo: acessibilidade, inclusão e sustentabilidade.

Esses pilares extrapolam o edifício. Eles pedem uma prática constante e uma escuta atenta às necessidades da sociedade. A acessibilidade, por exemplo, não se limita a rampas ou elevadores: ela deve tocar o sensível, o cognitivo e o econômico, garantindo que todas as pessoas se sintam parte do museu, independentemente de suas condições. A inclusão demanda mais: convida o museu a reconhecer os sujeitos e comunidades historicamente alijados da história da arte, e a convidá-los a se verem representados, e ativos, dentro da instituição. Já a sustentabilidade ultrapassa o uso de energia limpa ou materiais ecológicos; ela diz respeito à viabilidade de longo prazo, à criação de ambientes que acolham e que respeitem tanto o planeta quanto as pessoas que o habitam.


Este é o novo MASP. Um museu que amplia sua escala, mas também sua escuta. Que cresce, mas se aproxima. Que se afirma, não apenas como guardião da arte, mas como território vivo de criação, memória, crítica e transformação. E que, como todo organismo verdadeiramente moderno, não teme o tempo: antes, o acolhe, o interpreta e o transcende.


 
 

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