Sobre
Marisa Melo,
Consultora de Negocios Mercado de Arte
Marisa Melo, fundadora da UP Time Art Gallery, Artista Plástica, Fotógrafa, Designer Gráfico, Empresária no Mercado de Arte, Produtora de Mostras, Curadora, e Redatora de Textos Curatoriais.
Sou uma empreendedora multifacetada que atua no mercado de arte há 30 anos. Decidi enfrentar os desafios desse mercado e proporcionar um espaço de destaque para artistas talentosos. Minha jornada prova meu compromisso com a arte e meu desejo de apoiar artistas em sua busca pelo reconhecimento.
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Muitas vezes, quando admiramos uma obra de arte, não consideramos os esforços e sacrifícios que o artista enfrentou para cria-la. O mercado de arte é competitivo e frequentemente desafiador, devido à incerteza econômica ou à falta de valor atribuído ao trabalho artístico. A ascensão da internet e das plataformas digitais pode fornecer uma saída, mas também introduz os artistas a um universo ainda mais vasto e competitivo.
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Dois aspectos tornam meu trabalho revolucionário. Primeiro, o acolhimento que ofereço aos artistas, indo contra a corrente da competitividade e do individualismo que muitas vezes prevalecem no mundo da arte. Segundo, meu compromisso com o desenvolvimento de uma consciência artística e social, buscando destacar causas locais e globais.
Minha Jornada Artística
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Iniciei minha trajetória no universo da arte aos 21 anos, quando fui cativada pela fotografia. Naquela época, trabalhava com books fotográficos, mas a busca por explorar outros estilos e entender profundamente o processo fotográfico me levou a adquirir um laboratório de revelação em preto e branco, conhecido como tanque. Apaixonada pelo processo manual da fotografia analógica, comecei a mergulhar no mundo das fotografias documentais e de rua, capturando a essência da vida urbana. Cada clique, cada revelação, me aproximava mais da intimidade da fotografia.
Aos 23 anos, expandi meus horizontes e adentrei o universo da fotografia de moda. Movida pela paixão pelo conhecimento, investi em um laboratório automático capaz de processar 400 imagens em apenas duas horas. Essa tecnologia me permitiu oferecer uma ampla gama de serviços, desde álbuns de formatura até projetos personalizados. A demanda era grande e cada trabalho me permitia aprofundar mais na essência da arte fotográfica.
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Com o tempo, meu olhar tornou-se ainda mais refinado e passei a interessar-me pela fotografia híbrida, onde eu podia compor cenas complexas manualmente. Contratei modelos e criei projetos que se tornaram marcos importantes em minha carreira. Esses projetos não apenas me permitiram crescer artisticamente, mas também abriram portas para que eu pudesse compartilhar meu conhecimento através de cursos de fotografia e poéticas visuais.
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Com o advento da máquina digital, o mercado mudou drasticamente. Apesar de possuir um estúdio bem equipado com tecnologias analógicas, adaptei-me rapidamente às novas possibilidades que surgiam. A fotografia híbrida tornou-se meu campo de exploração favorito, onde eu podia compor cenas complexas manualmente antes de finalizá-las digitalmente com o Photoshop. Embora houvesse preconceito com a manipulação digital, abracei essa inovação com entusiasmo. Meus projetos híbridos ganharam vida nova, permitindo-me criar cenas que antes exigiam múltiplas etapas manuais de montagem e processamento.
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A pintura permeou minha vida junto com a fotografia. Desde o início, minha incursão na pintura foi uma jornada de descoberta e dedicação. Sem possuir um dom evidente, acreditei na minha capacidade de desenvolver habilidades e competências ao longo do tempo, dedicada que era. Explorei diversas técnicas, do óleo ao nanquim, do acrílico à aquarela, experimentando até mesmo betume, encontrando beleza no envelhecido e descobrindo poesia no que muitos consideram precário. Estudei desenhos, formas e perspectivas incansavelmente, um aprendizado contínuo que até hoje não cessa, pois a busca pelo conhecimento é inesgotável. Sinto que minha obra nunca está pronta, pois vivo em constante processo de transformação, como um rio que flui em processo de vir a ser.
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Após duas décadas dedicadas, finalmente senti que minha pintura e fotografia alcançaram um alto nível de qualidade. Elas se tornaram viscerais, com voz própria, uma identidade latente que só eu poderia criar. Participar de inúmeras exposições internacionais e no Brasil foi uma validação dessa jornada de autodescoberta e aprimoramento constante. Desde o meu primeiro advento na arte, sempre explorei a impermanência e a transitoriedade como linha de pesquisa. Todo o meu trabalho é uma profunda investigação sobre os enigmas da existencialidade, sobre aquilo que não podemos ver diretamente. Estudo espiritualidade, filosofia, literatura e a própria vida em si. Acredito que o que nasce hoje já nasce morrendo. Vivemos em uma era de tanta pressa que frequentemente negligenciamos a construção de relações sólidas. Alertar sobre a efemeridade da nossa existência é uma mensagem essencial que permeia minha arte e meu trabalho como um todo.
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Em 1996, comecei minha jornada como colecionadora de arte. Adquiri obras ao redor do mundo, de pintores maravilhosos, muitos dos quais já não estão mais conosco. Tenho um apreço especial por artistas brasileiros, cuja diversidade e criatividade sempre me encantaram. Além de pinturas, coleciono pequenas esculturas e tapetes persas e paquistaneses, cada peça escolhida com cuidado e amor pela arte.
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As dificuldades encontradas nas exposições internacionais despertaram em mim o desejo de entender melhor o mercado de arte e suas complexidades. O que via eram agentes do mercado vendendo exposições sem passar nenhum conteúdo significativo para os artistas. Desbravei o mercado sozinha, levando minhas pinturas e fotografias para diversos países da Europa. Decidi então tornar-me uma agente do mercado, oferecendo meu conhecimento aos artistas. Percebi que não havia construção de carreira para negócios, apenas formação artística. O artista saía da faculdade desorientado e o mercado de arte oferecia apenas espaço, sem orientação. Estudei intensamente o mercado de arte e tornei-me uma facilitadora para outros artistas, fornecendo orientações valiosas. Meu autodidatismo foi fundamental. Aprendi mais através de minhas próprias viagens e experiências do que em cursos formais. A literatura, filosofia e poesia sempre foram minhas companheiras, enriquecendo meu entendimento artístico. Sempre li muito e gostei de escrever, o que facilitou meu processo de curadoria.
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Em 2003, minha trajetória ganhou um novo impulso com o Photoshop. Dominei rapidamente suas ferramentas, aprimorando significativamente minhas fotografias. Essa nova habilidade levou-me a ministrar cursos e mentorias, especialmente voltados para a arte digital, uma paixão que se tornou central em minha vida.
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Um dos momentos mais marcantes de minha carreira foi a apresentação do projeto digital "Estação Natureza" para a linha cultural de São Paulo. Esse projeto, que ficou em cartaz por três meses, combinava imagens de animais, a cidade e a vegetação da Amazônia, alertando sobre a invasão humana nos habitats naturais. Foi uma obra com uma mensagem poderosa e significativa.
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Quase toda a minha vida foi dedicada à arte. Mas também me envolvi em outros negócios e empresas, pois gosto de empreender. Sou uma empresária nata, sempre fui líder, pouco fui liderada. Não por imposição, mas por fluidez. Ao longo de 30 anos, acumulei inúmeras histórias e experiências. Desde a fotografia à pintura, do design gráfico à arte digital, minha jornada é um testemunho do poder da arte e do conhecimento. E essa é apenas uma síntese da minha história, uma história em constante evolução, guiada pela paixão e pela busca incessante por novas formas de expressão.