Muitas vezes, nos vemos inibidos de compartilhar nossos sentimentos, como se fosse um ato de vulnerabilidade indesejável. Desde a infância, fomos ensinados a ocultar nossas emoções, a esconder nossas humanidades como medida de precaução. Essa abordagem, no entanto, pode ser percebida como uma forma de fraude. Quantos amores e pessoas passam por nossas vidas sem respostas claras, sem saber se foram verdadeiramente amados, desejados ou valorizados?
Imagine a quantidade de somatização que poderia ter sido evitada se desde cedo nos fosse ensinado a permitir que as emoções fluíssem através de nós, sem nos escondermos, sem desperdiçar energia na criação de cenários imaginários. Quantas conclusões equivocadas devem ter sido tiradas devido à falta de transparência nas nossas interações.
Expressar a importância que alguém tem em nossa vida é um ato de generosidade, especialmente em um mundo onde a incerteza é uma constante. Muitas relações se mantêm à base de mentiras, omissões e meias-verdades. A noção de que "quem fala fica vulnerável" é, de fato, uma utopia. O silêncio, ao contrário, é torturante, confuso e, com o tempo, afasta as pessoas.
É triste que, após passar tanto tempo ao lado de alguém, possamos deixar de alcançar a delicadeza de uma declaração genuína. Todos nós merecemos essa sinceridade. Estamos sedentos por conexões com pessoas autênticas, sinceras, naturais e humanas em suas falhas. O ato de se expressar não é uma fraqueza, mas sim uma demonstração de coragem e generosidade que pode enriquecer nossas vidas e fortalecer nossos laços.
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