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Transcendendo Cores: A Jornada Alquímica de Henrique Diogo

Atualizado: 16 de mai.


Henrique Diogo
Henrique Diogo

A pintura de Henrique Diogo parte de uma investigação que é tanto formal quanto intuitiva. Nascido em Poços de Caldas, autodidata, ele desenvolveu uma linguagem que não se submete a categorias fixas. Sua obra não se apoia na repetição de fórmulas, mas em uma construção contínua de sentido, onde gesto e pensamento se entrelaçam em equilíbrio. Dentro de uma linhagem que dialoga com o abstracionismo, suas composições avançam sobre campos simbólicos e espirituais, sem abrir mão da estrutura visual.


Sua linguagem combina elementos que remetem ao orgânico, ao geométrico e ao gráfico. Muitas vezes, o plano pictórico é atravessado por signos que lembram caligrafias imaginárias, mapas afetivos ou símbolos em suspensão. Em outras, as formas se apresentam como campos de cor vibrantes, em conflito ou harmonia, criando tensões visuais que conduzem o olhar com precisão. Há um sentido de ritmo em suas composições, quase musical, que sugere não apenas o que se vê, mas o tempo necessário para ver.


A paleta de Henrique é um dos pontos mais marcantes de sua produção. Ele se aproxima das cores com intensidade e coragem, mas nunca de forma aleatória. O vermelho, o verde, o amarelo, o preto e o branco não são apenas pigmentos, mas forças em relação. Cada tom cumpre uma função dentro da imagem, seja como área de repouso, seja como zona de impacto. A convivência entre cores primárias e tons mais densos evidencia um domínio do contraste e uma intuição precisa sobre as sensações que as cores provocam.


Há, em suas telas, um desejo de estrutura, mas também uma abertura ao acaso. A obra nasce do controle e da entrega. A construção de superfícies complexas, muitas vezes organizadas por camadas e sobreposições, revela um pensamento que opera em profundidade. Nada é decorativo. Tudo carrega um sentido, mesmo quando esse sentido se esconde.


O trabalho de Henrique Diogo não se insere na pressa da produção em série. Ele exige tempo, tanto do artista quanto do observador. É uma pintura que se revela devagar, como se cada elemento tivesse o seu próprio tempo para se mostrar. E é justamente nessa recusa ao imediato que sua obra encontra força. Em um cenário saturado de imagens descartáveis, Henrique oferece composições que resistem. Que se impõem pela densidade.


Sua trajetória ainda está em construção, mas já se percebe uma coerência, uma identidade pictórica que não depende de modismos nem de validação externa. Henrique pinta como quem escuta. E é esse escuta atenta, essa forma de presença, que dá lastro à sua pintura e sustenta o lugar que ela ocupa.


"Retratos de Um Novo Eu" - Acrílica sobre tela_90x60 cm
"Retratos de Um Novo Eu" - Acrílica sobre tela_90x60 cm

“Retratos de Um Novo Eu”, Henrique Diogo entrega mais do que uma composição abstrata. Ele constrói um campo pulsante onde cor, gesto e camadas se enredam em torno de um centro espiralado, quase hipnótico. A imagem parece girar sobre si mesma, em um movimento que não cessa, como se a própria pintura estivesse em processo de transformação contínua.


É impossível não notar a vitalidade da paleta: verdes, violetas, amarelos, magentas e brancos se cruzam sem rigidez, como se cada cor tivesse sua própria intenção e sua própria frequência. O traço branco circular ao centro, que poderia evocar uma flor, um olho ou um vórtice, parece ancorar toda a composição e oferecer um ponto de respiração. Ao seu redor, as pinceladas se soltam, os signos se espalham, e o ritmo pictórico assume corpo próprio.


Henrique trabalha a superfície com densidade. As camadas se acumulam como uma pele viva, revelando o prazer do gesto e a confiança na matéria. A técnica acrílica, aplicada com domínio, permite uma construção por sobreposição que resulta em texturas ricas e variações intensas de luz. Há algo de alquímico aqui: uma fusão entre o visível e o intencional, entre o caos e o equilíbrio.


Mas o que sustenta esta obra, mais do que sua potência cromática, é sua capacidade de sugerir um mapa interior. O rosto em contorno, quase escondido à direita da tela, nos lembra que essa pintura é também uma espécie de autorretrato do invisível. Não no sentido literal, mas simbólico. Um retrato do que está em mudança, do que se desfaz e refaz dentro de cada um.



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