"Revolução Artística: Mude ou Morra"!
- Marisa Melo
- 16 de jan. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 9 de abr.

Vivemos um tempo em que arte e tecnologia caminham lado a lado, de forma inseparável. As redes sociais não apenas moldam a sensibilidade contemporânea, como também se tornaram o grande cenário onde a arte é descoberta, legitimada e consumida. O sistema das artes passa por uma mutação radical e, para um artista permanecer visível, é indispensável que ele se molde às novas regras do jogo.
Não basta mais o domínio técnico ou a familiaridade com o pincel. É preciso entender o novo ecossistema que rege o mercado, com suas camadas voláteis, algoritmos imprevisíveis e exigências estéticas em constante transformação. Artistas que insistem em permanecer nas zonas de conforto, desconsiderando o que pulsa fora do ateliê, correm o risco de desaparecer silenciosamente diante de um cenário cada vez mais disputado e veloz.
A internet tornou o campo de atuação global. Isso significa que a concorrência deixou de ser apenas local ou nacional, ela agora vem de todas as direções, em tempo real. E, nesse universo saturado, não basta apenas ser bom; é preciso compreender como se posicionar, como contar sua história e como sustentar uma presença que seja legítima, consistente e relevante.
Há uma diferença gritante entre ocupar paredes e conquistar espaço real no imaginário do público. O artista que apenas “compra presença” sem estratégia, sem lastro e sem verdade, está fadado à irrelevância. Num mar de imagens repetidas, o público anseia por algo que reverbere, que deixe marca.
Quem consegue transmitir esse sentimento visceral, ajustando o olhar para as tendências e mantendo a raiz de sua expressão artística, encontra o caminho. Já os que ignoram as mudanças ou se contentam com o raso, com o automático, com o que já não vibra, inevitavelmente se perdem no ruído. O mercado está saturado de obras previsíveis, de vozes que se repetem sem se aprofundar na própria linguagem. E o que se busca hoje é presença genuína, é o frescor do inusitado, é a coragem de ser autêntico num mundo de cópias.
Investir tempo, energia e recursos para entender o próprio posicionamento, para lapidar a obra e sua comunicação, deixou de ser opcional. É parte do ofício, é parte da missão. É também, em muitos casos, o que separa o artista passageiro do artista necessário.
A mensagem é direta como uma pincelada certeira: mude ou desapareça. Reinvente-se, compreenda o terreno onde pisa, saiba navegar pelas nuances desse novo mercado que se desenha dia após dia. O futuro da sua arte não está apenas na força da sua obra, mas na maneira como você apresenta ao mundo.