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Nelma Granja | História de Todos Nós Mulheres


Estreou no dia 17 de junho a exposição virtual História de Todas Nós Mulheres, uma mostra em 3D que reúne um coletivo de artistas comprometidas em mostrar o que é ser mulher com verdade e intensidade. São obras que abordam realidades diversas, trajetórias marcadas por rupturas, sobrecarga, reinvenção, cuidado, injustiça e potência.


O projeto nasce da urgência de visibilizar narrativas visuais que não embelezam a dor nem suavizam a luta, mas assumem o que se vive. Cada artista traz a sua forma de enfrentar o mundo com arte: seja com lápis, tinta, tecido, fotografia ou gesto.


Como curadora, reuni artistas de diferentes gerações, contextos e técnicas, mas com algo em comum: a vontade de falar por si, de propor outros caminhos, de não aceitar o papel que nos foi dado sem antes redesenhá-lo.




Fragmentos - Acrílica sobre tela com aplicação de folha de cobre | 150x150 cm
Fragmentos - Acrílica sobre tela com aplicação de folha de cobre | 150x150 cm

A artista visual e pesquisadora Nelma Granja participa da exposição "História de Todas Nós, Mulheres" com obras que não representam o corpo feminino de forma direta, mas o fazem pulsar por meio de composição, matéria e cor. Como escreveu a filósofa e crítica Hélène Cixous, "é preciso escrever o corpo, não descrevê-lo". A pintura de Nelma segue por esse caminho: não explica, mas propõe uma experiência que atravessa, tensiona e reorganiza.


Com mais de duas décadas de atuação entre arte e educação, Nelma desenvolve uma produção comprometida com a sensibilidade e a forma. Nascida em Goiás, graduada em Artes Visuais pela Universidade Federal de Goiás, também atua como pedagoga, psicopedagoga e mestranda em Ciências da Educação. Sua trajetória articula o gesto artístico à escuta atenta do processo criativo no ensino, criando um campo híbrido entre a prática estética e a mediação do saber. Essa base sólida reverbera em sua obra, que se caracteriza por escolhas cromáticas densas, composições não lineares e estruturas visuais que lidam com o instável sem perder coerência.


A linguagem visual de Nelma é abstrata, mas centrada na fisicalidade da pintura. A artista se interessa por texturas, variações de densidade e zonas de impacto onde cor, gesto e materialidade estabelecem atrito. Seus trabalhos não se constroem em torno de formas reconhecíveis, mas sim por tensões internas que organizam o espaço pictórico. As cores surgem como elementos vivos, que ora dialogam, ora se chocam. Vermelhos, terrosos, verdes e brancos aparecem com intensidade medida, criando atmosferas que lidam com o que está em transformação. O corpo está ali, não como imagem, mas como presença sugerida pela vibração dos elementos plásticos.


Na obra "Fragmentos", tons terrosos e aplicação de folha de cobre criam áreas de tensão e ruptura. Nada é linear, e a composição parece se dividir em zonas que revelam momentos de desestabilização e recomeço. Há uma espécie de respiração densa entre partes que se afastam e se reagrupam. A obra não aponta uma narrativa, mas transmite a ideia de que somos feitos de ciclos, e que há potência no desconforto. O título, direto, reforça essa percepção: fragmentar pode ser um modo de se refazer.


Já em "Imersão", o corpo da pintura ganha outra cadência. As formas são amplas, as cores se entrelaçam em fluxos vitais. Verde, vermelho, branco e marrom aparecem em um movimento contínuo, sem rigidez. A imagem parece capturar o instante em que caos e equilíbrio coexistem. A artista lida com tensão e contenção, sem anular a fluidez. Essa oscilação entre força e leveza ecoa experiências femininas que muitas vezes se expressam mais pelo que atravessa do que pelo que se mostra. A obra exige que o olhar se demore, que o observador acompanhe o ritmo interno da composição.



Imersão - Acrílica sobre tela | 180x140 cm
Imersão - Acrílica sobre tela | 180x140 cm

Na mostra "História de Todas Nós, Mulheres", o trabalho de Nelma Granja amplia o campo de leitura da exposição. Sua produção insere o corpo como energia em movimento, como estrutura que resiste mesmo quando não é visível. Ao evitar a literalidade, a artista oferece ao público um espaço de leitura que não impõe sentido, mas convida à construção conjunta. Sua obra não busca impactar com evidências, mas sustentar uma presença construída em camadas de gesto e matéria.


Essa abordagem revela a maturidade de uma artista que compreende o silêncio como estratégia, e não como ausência. Em suas telas, silêncio é concentração, foco, decisão. Ao transformar estados sensíveis em pintura, Nelma reafirma a capacidade da arte de sustentar o invisível, de dar forma ao que é vivido antes de ser nomeado.


Seu trabalho, assim, se insere com força na narrativa da mostra, não apenas como representação, mas como território de elaboração. Cada obra sua não encerra uma ideia, mas abre caminhos, e isso é, talvez, o que faz sua pintura permanecer.






Nelma Granja - Imagem divulgação
Nelma Granja - Imagem divulgação


Curatorial:


História de Todas Nós, Mulheres é um projeto feito com alma, para que possamos contar e recontar as histórias que nos atravessam, nos moldam e nos transformam. Um espaço seguro e sensível onde cada mulher pode compartilhar sua vivência, sua força e sua verdade. Porque quando uma mulher se escuta, se expressa e se reconhece, ela cura partes profundas de si e acende luzes no caminho de outras.



Serviços:

Exposição Virtual 3 D: História de Todas Nós Mulheres

Plataforma: Kunstmatrix

realização: UP Time Art Gallery

Curadoria: Marisa Melo

De 17 de junhi à 17 de agosto de 2025

 

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