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Rossana Covarrubias - Refúgio: uma morada para a alma

Atualizado: 9 de abr.


Técnica mista sobre tela, 30 x 46 cm — Rossana Covarrubias
Técnica mista sobre tela, 30 x 46 cm — Rossana Covarrubias


Há obras que não se veem apenas com os olhos, mas com a memória, como quem atravessa o limiar do tempo para reencontrar aquilo que é familiar, afetuoso, seguro. “Refúgio”, de Rossana Covarrubias, é exatamente esse lugar: um abraço em forma de arquitetura, uma pintura que sussurra aconchego.


Logo à primeira vista, somos acolhidos por uma casa amarela banhada de luz. A cor solar da fachada, um amarelo quente, evoca calor humano, hospitalidade, a eternidade dos dias simples. A composição nos apresenta uma morada rodeada por flores, trepadeiras e árvores robustas que abraçam o espaço, como braços da natureza que guardam memórias e histórias.


Rossana recorre à técnica mista, criando volumes e texturas que elevam a cena para além do plano pictórico. As telhas no telhado, modeladas com relevo, têm quase um som visual, parecem tilintar com o vento. O uso da matéria, que confere tridimensionalidade a folhas, ramos e floreiras, reforça a ideia de um espaço vivo, pulsante, onde cada detalhe parece conter uma intenção cuidadosa.


O caminho de pedras que conduz à porta central convida o olhar para dentro da obra, quase como se pudéssemos entrar. As janelas com cortinas rosadas, entreabertas, sugerem uma casa habitada por alguém sensível, alguém que cultiva as pequenas coisas. Ao lado, o carrinho com flores cor-de-rosa, em espiral, pontua o quadro com ternura e poesia, como um gesto de quem oferece o que tem de mais belo ao mundo.


A artista, mesmo quando se mantém fiel ao figurativo, introduz uma camada simbólica profunda. Essa casa não é só uma casa. É uma metáfora para o abrigo interior, para o desejo humano de pertencer, de descansar, de encontrar paz. E, talvez, seja também um retrato secreto do próprio coração de Rossana, um lugar onde a arte floresce mesmo em meio às intempéries da vida.


Há algo de eternamente infantil e maduro nessa obra, um encontro raro entre ingenuidade e técnica, como se a artista pintasse com a mesma alma que olha para os netos brincando no jardim e para as flores que insistem em nascer a cada primavera.


A pintura é um relicário de memórias. E ao vê-lo, a sensação é de que, por alguns instantes, todos temos uma casa para voltar.

 
 

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