Oscar Wilde sempre foi polêmico. Em seu amor à vida, dizia que “viver” é a coisa mais rara. Que “a maioria das pessoas apenas existe”.
Contra os que reduziam a Arte à representação do mundo ao nosso redor, ele defendeu a ideia de que “a vida é que imita a Arte”.
É impossível separar a arte da vida real, que fornece o contexto em que surgem as ideias. Somos afetados pelos problemas mais urgentes ao nosso redor. Como um "catalisador" no mundo real, os artistas tendem a se concentrar naturalmente nos problemas e nas operações da sociedade.
No Brasil, por exemplo, nossa sociedade está profundamente dividida em dois mundos: um que atendeu às expectativas econômicas e outro com grandes diferenças sociais e históricas. Os problemas históricos do país permanecem - necessidades básicas estão muito longe de serem atendidas. Como consumidores, temos mais direitos do que como cidadãos. Mais pessoas têm acesso a bens e serviços, enquanto os direitos fundamentais são ignorados. Qual é o papel da arte em tal realidade? Despertar o pensamento crítico. Esse despertar exige uma enorme energia.
Para que não viremos peças decorativas num mundo onde a inteligência e os valores são cada vez mais artificiais, a Arte nos reconecta e nos recorda que a vida deve ser mais que isso.
Esse é o poder transformador da Arte. Refletir tudo que nos distingue como seres humanos. Dando sentido à sociedade que nos rodeia. E revolucionando essa mesma sociedade ao tocar o íntimo de cada um de seus indivíduos.
De cada um de nós
Comments