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Foto do escritorMarisa Melo

"A FLUIDEZ DA EXISTÊNCIA: Reflexões sobre a Índia e as Águas de Mônica Ruggiero"

Atualizado: 23 de nov.


"Índia e as águas"- 2024_50x70 cm - Óleo sobre tela




Na obra Índia e as Águas de Mônica Ruggiero, uma relação complexa e simbiótica entre o povo indígena e os rios que se entrelaçam com suas terras emergem com uma intensidade que é, simultaneamente, vibrante e melancólica. Mônica, ao manipular uma paleta cromática de tons pujantes e pinceladas dinâmicas, instiga o espectador a refletir sobre as camadas intrincadas que permeiam a relação entre a humanidade e as águas. A sutileza de seu traço evoca o pulsar rítmico das correntes fluviais que, longe de se reduzirem a recursos naturais, assumem na tela a condição de entidades sagradas e espirituais, enredadas à sobrevivência física e à inspiração mística das comunidades indígenas.


A presença da figura indígena, quase reverencial em sua quietude, funciona como uma representação atemporal da sabedoria ancestral. Há uma serenidade calculada, uma espécie de força silenciosa além da figura humana e se espalha pela tela, refletindo uma harmonia intrínseca com a natureza que se revela sagrada. Essa conexão profunda vai além da relação física, remetendo ao ethos coletivo e à comunhão espiritual que esses povos mantêm com os elementos naturais.


Além do deslumbramento estético, a obra incita uma reflexão urgente sobre a preservação dos recursos hídricos e as ameaças que pairam sobre eles. Ao destacar a vulnerabilidade das águas e dos povos que os cercam, Mônica alerta para a agressão sistêmica contra esses ecossistemas. Índia e as Águas emergem como uma evocação poética e política, um apelo visual que articula uma mensagem de respeito aos saberes ancestrais e à proteção dos habitats que sustentam a vida.




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