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Projetos Autorais

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Ao longo de três décadas, tenho tecido um universo visual através de minhas pinturas e fotografias. Minha jornada artística é marcada por uma diversidade de fases, cada uma pulsando com sua própria energia e expressão. Desde as formas abstratas até as representações figurativas, minhas obras refletem um profundo mergulho na alma humana e na paisagem emocional. Toda obra é única e genuína.  

  Ciclos Ancestrais:
        O Corpo como Cronômetro.

          



 

Ao longo de três anos, mergulhei na concepção de um projeto que explora a anatomia do corpo humano como a medida do tempo. Esta série, composta por 25 obras,  é uma experiência sensorial onde o corpo se torna um cronômetro vivo, marcando o ritmo do tempo através de seus movimentos e suas transformações. As formas alongadas, os pescoços sinuosos que surgem, desenham o caminho do tempo em sua plenitude.

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O projeto foi inspirado nas esculturas africanas, carrega uma carga densa e imersiva. As influências dessa estética ancestral surgem como alicerces sobre os quais o tempo se estrutura e se revela. O corpo, em sua materialidade, vai além de sua condição física e se converte em um instrumento sensível de medição do infinito. Ele nos lembra que o tempo não se limita a uma sucessão linear de momentos, mas é uma experiência contínua, na qual o ser humano é simultaneamente presente e infinitamente ausente.

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A paleta minimalista, o preto e o branco, puros e antagônicos, geram uma tensão que fala da complexidade da vida. A luz e a sombra, o ser e o não-ser, entrelaçam-se em cada obra, como se o tempo fosse condensado em um único instante. Nesse momento, o corpo se torna não apenas uma representação de nós mesmos, mas o reflexo do que fomos, do que somos e do que seremos. Ele pulsa com essa contradição, essa tensão que nunca se resolve, mas que é a cerne da nossa própria essência.

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O vermelho, intercalado de forma quase etérea, surge como uma respiração. É o sangue que marca a vida, o fio condutor entre o passado e o futuro, entre o que já fomos e o que ainda seremos. Esse toque vibrante é uma lembrança de que cada ciclo, cada passagem, é vital, como o bater de um coração que nunca deixa de pulsar. E o cronômetro, que aparece, não é apenas uma metáfora. Ele é o tempo que molda, esculpe, refletindo-se em ciclos que se renovam constantemente.

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Cada obra, carrega a potência de um tempo imensurável. O corpo, como cronômetro, torna-se o repositório de uma memória ancestral que nunca se apaga. E, ao observar essas obras, convido o espectador a refletir sobre sua própria relação com o tempo, com o ciclo da vida, com a efemeridade e a permanência que coexistem dentro de nós.

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2024

"Raizes Ancestrais" - Acrílica, nanquim e caneta posca sobre papel hahnemühle 300g - 70x90 cm

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